Em 2019, o Brasil possuía mais de 420 milhões de dispositivos digitais, como notebooks e smartphones, que viriam a se tornar resíduos eletrônicos. Ou, em termos mais claros, lixo eletrônico.
Imagine esse cenário hoje, quase dois anos após a pandemia e o quanto esse número deve ter aumentado. Segundo a Agência Senado, há uma legislação de resíduos sólidos determinando a logística reversa, na qual o fabricante deve participar do descarte correto do produto ao fim de sua vida útil. Porém, é curioso notar que, apesar de tal legislação, apenas 2% de todos esses resíduos são devidamente reciclados.
Antes de entendermos melhor o problema, que tal conceituarmos sobre o que, de fato, estamos falando?
O que são resíduos eletrônicos?
Também chamado de e-lixo ou Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE), o lixo eletrônico é o nome que se dá a esses produtos que são descartados por não terem mais utilidade e, pela complexidade das suas peças e métodos de produção, deveriam ser reciclados ao invés de simplesmente jogados em aterros sanitários.
Os resíduos eletrônicos são classificados em quatro grandes categorias, cada uma com as suas especificações e indicações sobre o correto descarte. São elas:
- Grandes equipamentos: geladeiras, freezers, máquinas de lavar, fogões, ar condicionado, dentre outros;
- Pequenos equipamentos e eletroportáteis: torradeiras, batedeiras, aspiradores de pó, ventiladores, calculadoras, câmeras digitais e outros itens menores;
- Equipamentos de informática e telefonia: computadores, tablets, notebooks, smartphones, impressoras, monitores e mais;
- Pilhas e baterias portáteis.
O Brasil é o 5º maior produtor de lixo eletrônico no mundo
Segundo a pesquisa Resíduos Eletrônicos no Brasil, divulgada no dia 07 de outubro pela Green Eletron e conduzida pela Radar Pesquisas, o nosso país é o quinto que mais produz resíduos eletrônicos do planeta. E, mesmo assim, muita gente ainda não entende como realizar o correto descarte desses componentes a fim de evitar danos negativos ao meio ambiente.
A pesquisa apontou que 87% dos brasileiros já ouviu falar em lixo eletrônico, mas que, 33%, ou seja, um terço das pessoas, acredita que esse lixo está relacionado ao ambiente digital, como spams, e-mails, arquivos ou fotos. Além disso, para 42% dos entrevistados, resíduos eletrônicos são apenas aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos quebrados. E, por fim, 3% acham que são todos os aparelhos que já viraram lixo, ou seja, os que já foram descartados e estão alocados indevidamente na natureza.
Ao apontar alguns produtos com o intuito de saber se as pessoas os reconheciam como resíduo eletrônico, a pesquisa descobriu que mais de 90% das pessoas acreditam que celulares, smartphones, tablets, notebooks, pilhas e baterias se encaixam dentro da categoria. E acertaram.
No entanto, 51% não acham que lâmpadas sejam lixo eletrônico, bem como 34% apontaram que lanternas tampouco se encaixam no termo. E, ainda, 37% acreditam que balançam também não sejam. Na realidade, todos os objetos mencionados são resíduos eletrônicos, apenas pertencentes a diferentes categorias.
Quando o assunto é relacionado ao descarte, a pesquisa apontou que 16% das pessoas se livram de resíduos eletrônicos, com alguma frequência, no lixo comum. A situação piora quando um terço dos entrevistados (33%) diz que nunca ouviu falar em pontos e locais de descarte correto para lixo eletrônico. Ainda, 87% dizem guardar algum tipo de eletrônico em desuso em casa. E 30% ficam com eles por mais de um ano.
O que a pesquisa aponta, de fato, é que não há uma educação sobre o impacto ambiental que esses componentes podem causar. E isso só corrobora o quão grave é o problema.
Mas, o que diz a legislação?
Em fevereiro de 2020, o presidente Jair Bolsonaro assinou um decreto que regulamenta a logística reversa para produtos eletroeletrônicos. Com ele, as empresas do setor serão obrigadas a implementarem sistemas de coleta, a fim de dar a correta destinação para toda essa sucata.
Dos 173 pontos de coleta que existem atualmente no Brasil, o decreto prevê que esse número chegue a 5 mil até 2025, abrangendo os 400 maiores municípios do país, onde residem 60% dos brasileiros.
Com a pandemia, surge um novo mercado de peças usadas
Desde o início da pandemia, em 2020, grandes efeitos foram sentidos dentro dos principais países produtores de peças eletrônicas do mundo. Na China, um dos mais emblemáticos, a retomada da produção tem sido lenta e, por isso, os preços desses produtos não devem baratear por enquanto.
Por outro lado, conceitos sustentáveis, como a questão do consumo consciente, tem revelado horizontes que antes não tínhamos tanto conhecimento. E um deles é o vasto mercado de peças e componentes eletrônicos usados, que vem gerando muitas oportunidades e dando um final bem mais adequado a tantas toneladas que viriam a se tornar lixo eletrônico.
Marketplaces como Mercado Livre e Ali Express notaram escassez entre as negociações de peças usadas, o que mostra que, na falta da intensa retomada mundial de componentes novos, quem sai ganhando é o meio ambiente.
Consumo consciente na Smart Lap
A Smart Lap se orgulha por compartilhar desse pensamento. Tanto que, um dos nossos principais objetivos é contribuir para que muitos dispositivos digitais não gerem resíduos eletrônicos.
Um exemplo disso é a nossa locação inteligente de notebooks e computadores. Através desta modalidade, diminuímos drasticamente o descarte, reutilizando de forma consciente.
E o que não for mais útil, passa a ser descartado através de uma empresa licenciada, que está apta para receber este tipo de resíduo e, assim, dar a sua destinação correta.
E você, que destino dá para os resíduos eletrônicos da sua casa e da sua empresa?