Tecnologia vem crescendo muito nos últimos anos e pode ser extremamente destrutiva em alguns casos. Saiba mais!
Deepfake, uma junção de “deep learning” e “fake”, é uma tecnologia revolucionária e, ao mesmo tempo, ameaçadora. Surgiu no final da década de 2010, quando se tornou mais visível e acessível graças aos avanços no aprendizado de máquina. Essa técnica avançada de manipulação de mídia, baseada em inteligência artificial, têm abalado a confiança na autenticidade de vídeos, áudios e imagens, ao criar conteúdos falsos de forma bastante convincente.
O termo ganhou as mídias em 2017, quando vídeos falsos de mulheres famosas em conteúdos adultos começaram a circular no Reddit, um fórum de notícias e discussões. A tecnologia, inicialmente impulsionada por pesquisadores em universidades, logo se difundiu e foi adotada por entusiastas online, elevando o Deepfake de um nicho técnico a uma ferramenta com potencial destrutivo em diversos campos.
O que é Deepfake?
O Deepfake é uma técnica avançada de manipulação de mídia, impulsionada por inteligência artificial, capaz de criar vídeos, áudios ou imagens falsificadas que se assemelham consideravelmente à realidade. Com ela é possível colocar o rosto de uma pessoa em uma situação que foge do contexto, criando um cenário inteiramente falso.
Por meio de algoritmos complexos e da análise de conjuntos de dados, o Deepfake elabora modelos detalhados das feições e voz de uma pessoa-alvo. Com esses modelos, é possível editar e alterar aspectos em vídeos, resultando em produções que, à primeira vista, parecem genuínas, mas são completamente inventadas.
Como funciona o Deepfake?
Tipos de Deepfake
- Deepfake de rosto: manipula expressões faciais e movimentos labiais em vídeos, substituindo o rosto de uma pessoa em uma gravação por outro rosto sintético.
- Deepfake de voz: imita e manipula uma voz real. Pode gerar discursos, conversas ou áudios que parecem ser autênticos, mas são totalmente fabricados.
- Deepfake de imagens estáticas: cria fotografias completamente fictícias, como retratos de indivíduos em situações ou ambientes que nunca estiveram. A manipulação de imagens estáticas pode ser usada para criar conteúdos enganosos em diversos contextos, desde a adulteração de fotos até a criação de identidades falsas.
- Deepfake textual: gera textos e discursos falsos através de máquinas de escrita movidas por inteligência artificial. Atualmente, o Chat GPT é uma ferramenta que tem esse poder.
- Deepfake de perfis falsos: cria perfis falsos nas redes sociais, fazendo com que contas pequenas cresçam rapidamente. Utiliza em conjunto os quatro tipos de Deepfake abordados anteriormente, para construir pessoas fictícias e influenciar nichos ou populações.
- Deepfake em tempo real: de todos os tipos já citados, esse é o que mais impressiona e assusta, capaz de gerar conteúdo em tempo real. Essa modalidade permite criar vídeos ou transmissões ao vivo manipuladas, possibilitando a alteração instantânea de rostos, vozes e gestos durante uma interação em tempo real.
O Deepfake e as eleições
Durante as eleições de 2020 nos Estados Unidos, o candidato Donald Trump compartilhou vídeos falsos de seu concorrente Joe Biden, hoje atual presidente. Em 2022, em meio à corrida presidencial brasileira, perfis falsos – também criados com tecnologia de Deepfake – produziram centenas de montagens envolvendo os dois candidatos, Lula e Jair Bolsonaro.
O Deepfake e a indústria do entretenimento
Como identificar um Deepfake?
Identificar um Deepfake pode ser um desafio, mas existem alguns sinais e técnicas que podem ajudar na detecção dessa manipulação digital:
1) Análise visual detalhada:
Observar cuidadosamente um vídeo ou uma imagem pode revelar sinais de manipulação. Procure por inconsistências, como distorções faciais, movimentos estranhos ou falta de sincronia labial. Em alguns casos, áreas específicas do rosto podem apresentar problemas de resolução ou transições bruscas entre os frames, especialmente ao redor dos olhos, boca ou cabelo.
2) Análise da fonte e contexto:
Verificar a fonte original do conteúdo é crucial. Se possível, busque por versões anteriores ou outras fontes confiáveis que possam confirmar a autenticidade do vídeo ou da imagem. Além disso, considere o contexto em que o conteúdo está sendo apresentado. Se a informação parece incoerente com fatos conhecidos ou o contexto não parece se alinhar, pode ser um sinal de manipulação.
3) Fontes confiáveis e verificação cruzada:
Ao se deparar com um conteúdo suspeito, é essencial buscar por fontes confiáveis e verificadas. Veja se outras fontes reconhecidas ou especialistas validam a autenticidade do material. A verificação cruzada de informações por meio de múltiplas fontes pode ajudar a confirmar se o conteúdo é legítimo ou uma manipulação.
4) Conhecimento atualizado:
Manter-se informado sobre as últimas tendências e avanços nas tecnologias de Deepfake é crucial para identificar possíveis manipulações. Conhecer as características comuns dessas manipulações pode ajudar na detecção precoce e na prevenção da disseminação de conteúdo falso.